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Dieta carnívora

Postado em 15/11/2023 às 08h:30

Essa dieta da moda foi criada e popularizada nos Estados Unidos e, segundo informações pertinentes sobre, a dieta carnívora seria capaz de reduzir/eliminar inflamações do corpo, ou seja, ela teria um efeito anti-inflamatório. Além disso, eles também alegam que a dieta carnívora é “descomplicada”, pois o indivíduo pode consumir todos os tipos de carnes, além de ovos, queijos e manteiga não vegetal. Ela também seria capaz de reduzir as chances de desenvolver doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), melhorar o desempenho atlético e melhorar a absorção de vitamina C.

Os criadores e simpatizantes da dieta carnívora afirmam que os únicos contras de segui-la é a limitação social e financeira e que não há nenhuma contraindicação para realizá-la.

Como dito, seus adeptos podem consumir todas as carnes (vermelhas, aves, suína, carne de caça, vísceras, miúdos, todos os peixes e frutos do mar, caldo de ossos e tutano de ossos), ovos, laticínios (mas com moderação, pois afirmam que tem muito açúcar e pode causar compulsão e dificultar o emagrecimento), banha e manteiga.
No entanto, nessa dieta não há frutas, vegetais e grãos integrais, ou seja, não há fibras (e eles afirmam que não precisamos de fibras e que essas não são nem absorvidas etc.).
Entretanto, nós já temos diversos BONS estudos relacionando o consumo de fibras com uma menor chance de desenvolvimento de câncer e menor chance de doenças cardiovasculares.

Ademais, nesse tipo de alimentação, há o elevado consumo de GORDURAS SATURADAS, além de menor consumo de gorduras poli e mono insaturadas, e zero ingestão de fitoquímicos. Fora isso, ela também tem elevado consumo de PROTEÍNAS, o que não é interessante pensando em microbiota intestinal (que ficará agravada também pela falta de fibras).

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A gordura saturada, quando consumida em excesso, pode trazer muitos prejuízos, como o AUMENTO DE INFLAMAÇÃO, já que essa gordura causa a ativação dos receptores Toll-Like 4, podendo causar aumento da ativação do inflamassoma NLRP3, que aumenta a produção de IL-1 beta, e pode também aumentar a ativação de NFk-beta, que aumentará a produção de citocinas pró inflamatórias (“Modulation of obesity-induced inflammation by dietary fats: mechanisms and clinical evidence”).
Vale lembrar, também, que a dieta carnívora não é uma dieta cetogênica.

Por fim, cabe ressaltar um achado interessante de uma revisão sistemática com meta análise (“Comparison of Effects of Long-Term Low-Fat vs High-Fat Diets on Blood Lipid Levels in Overweight or Obese Patients: A Systematic Review and Meta-Analysis”). Essa revisão viu que, quanto menor o nível de colesterol, menos gordura saturada o paciente consumia e mais gordura poliinsaturada ele consumia.
Esse estudo também viu que o aumento nos níveis de colesterol HDL foi associado a uma maior ingestão de gorduras totais (mas, dependendo do perfil de gordura consumida, isso pode não ser tão legal também), em grande parte derivada da gordura monoinsaturada. Vale ressaltar, no entanto, que um HDL muito alto às vezes pode indicar ser um HDL disfuncional (que não consegue fazer o transporte reverso do colesterol, ou seja, NÃO é protetor).

Texto por: Pietra Fogaça – Nutricionista

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